Aplicações da Microplaca de Microtitulação e Poço Profundo
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As microplacas de microtitulação e as microplacas de poço profundo, também conhecidas como deep well, são componentes essenciais em laboratórios para análises bioquímicas e biológicas. Ambos os tipos de placas possuem uma estrutura semelhante, com múltiplos poços dispostos em formato de grade, permitindo a realização de múltiplas amostras simultaneamente.
Microplacas de Microtitulação
As microplacas de microtitulação possuem uma versatilidade muito grande e são usadas em diversos tipos de laboratórios com aplicações para metodologias diferentes. Elas têm uma base plana e se parecem com uma bandeja com múltiplos poços, sendo fabricadas a partir de materiais como Poliestireno (PS). Suas propriedades físicas são perfeitas para atender às necessidades dos ensaios, e a identificação alfanumérica em suas bordas facilita a organização das amostras. Além disso, são utilizadas em muitas análises, como sorologia, absorbância, EIA, ELISA, aglutinação, ensaios colorimétricos e outros.
Aplicações da Microplaca de Microtitulação
ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay)
O uso mais comum da microplaca está relacionado à metodologia ELISA (do inglês, Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay) também chamado de ensaio imunoenzimático. É utilizada principalmente em imunologia para detectar a presença de um anticorpo ou um antígeno em uma amostra.
Existem duas variações principais: o teste pode ser usado para detectar a presença de antígenos que são reconhecidos por um anticorpo ou pode ser usado para testar anticorpos que reconhecem um antígeno.
Em um teste de ELISA para identificar um vírus, por exemplo, um anticorpo conhecido contra o vírus é ligado a uma superfície (neste caso, no fundo de uma microplaca). Se o vírus estiver presente na amostra ele se ligará ao anticorpo. Uma amostra de um anticorpo ligado a uma enzima é adicionada, e irá ligar-se ao vírus preso. O substrato da enzima é adicionado, esta etapa irá gerar um sinal visível que se caracteriza pela mudança de cor, utilizada para determinar a presença do vírus de interesse.
Já se o paciente apresenta anticorpos contra um antígeno microbiano ou viral, esses anticorpos se ligarão aos antígenos microbianos ou virais aderidos no fundo da microplaca. O anticorpo contra IgG humana conjugada com a enzima se ligará aos anticorpos do paciente. Então, quando o substrato for adicionado, este mudará de cor, indicando que o soro do paciente continha anticorpos.
O ensaio ELISA originar três tipos diferentes de resultados, conforme o objetivo pretendido:
Quantitativo: podem ser interpretados em comparação com uma curva padrão para calcular com precisão as concentrações de antígeno em várias amostras.
Qualitativo: determinando se um teste é positivo ou negativo.
Semi-quantitativo: podem ser usados para comparar os níveis relativos de antígeno em amostras, uma vez que a intensidade do sinal varia diretamente com a concentração de antígeno.
A metodologia ELISA é utilizada no diagnóstico de diferentes doenças infecciosas, como Chikungunya, Dengue, Zika, HIV e Hepatites.
Aglutinação
A aglutinação é uma reação entre um anticorpo e um antígeno particulado (como bactérias e hemácias), resultando em uma aglomeração de partículas visíveis. Quando hemácias são utilizadas, o teste é denominado hemaglutinação. Ensaios de aglutinação podem ser realizados de diversas formas, uma delas é através das placas de microtitulação.
A aglutinação pode ocorrer tanto com partículas artificiais/imobilizadas (como látex e poliestireno) como biológicas (como hemácias e bactérias). Estas partículas conjugadas são colocadas para reagir com o soro do paciente presumivelmente contendo anticorpos.
O resultado do teste consiste na observação de aglomerados, resultantes dessa formação do complexo antígeno-anticorpo.
Padrão positivo – indicativos de que a reação ocorreu, mostrando um padrão de aglutinação expandido das partículas. Forma-se uma rede de hemácias unidas aos anticorpos se espalhando por toda a superfície do poço.
Padrão negativo – indica que a reação não ocorreu, as hemácias se depositam no fundo do poço mostrando um aglomerado em forma de botão.
Inconclusivo – há uma combinação dos dois padrões anteriores e não é possível definir se a amostra é reagente ou não.
Barjas-Castro, Maria Lourdes. Curso de Boas Práticas no Ciclo do Sangue. Hemocentro Unicamp
Os testes de aglutinação são amplamente utilizados em laboratórios clínicos e de diagnóstico. Sua utilização mais comum é para determinação do grupo sanguíneo ABO. As reações de aglutinação podem ser realizadas para o diagnóstico de doenças causadas por vírus, bactérias, protozoários, fungos e doenças autoimunes.
Ensaio Colorimétrico
A colorimetria é uma técnica analítica que avalia a capacidade de certos compostos absorverem luz em comprimento de onda específico. A medida de luz absorvida permite inferir a quantidade de alguma substância que está dissolvida em uma solução ou amostra biológica.
Essa técnica é utilizada para determinar a concentração de moléculas coloridas ou incolores que, ao reagirem com outras moléculas, formam cor.
Essa metodologia baseia-se em dois princípios:
A intensidade de cor de uma solução é diretamente proporcional à concentração de soluto.
Cada substância é capaz de absorver ou transmitir luz em um determinado comprimento de onda.
Uma das maneiras de estimar o número de células viáveis que crescem em poços de placa de microtitulação é usando um ensaio colorimétrico e um leitor de microplacas. Este ensaio proporciona um modelo simples e eficaz para detectar células vivas e em crescimento.
O princípio do método é baseado na redução por células vivas de sal de tetrazólio (MTT), para formar um produto de Formazan. Após redução, o MTT (amarelo) forma cristais de Formazan (roxo-azulado) que ao serem dissolvidos absorvem na região do visível, podendo desta forma ser quantificados por espectrofotometria. A quantidade de Formazan produzido é diretamente proporcional ao número de células viáveis presentes no experimento.
Os ensaios que medem a atividade metabólica são adequados para analisar a proliferação, viabilidade e citotoxicidade das células.
Técnica para determinar a concentração de moléculas coloridas ou incolores em uma solução. A microplaca é utilizada como plataforma para realizar ensaios colorimétricos de forma padronizada e precisa.
Microplacas de Poço Profundo (Deep Well)
As microplacas de poço profundo, por sua vez, possuem poços de maior capacidade volumétrica, variando de centenas a milhares de microlitros. Elas são mais adequadas para processamento de amostras em larga escala, armazenamento de reagentes e culturas celulares em volumes maiores. Essa capacidade de volume torna as placas deep well ideais para experimentos que exigem volumes maiores de líquidos e reagentes.
Aplicações das Microplacas de Poço Profundo
Armazenamento de Reagentes
São utilizadas para armazenar reagentes em grande escala, garantindo a disponibilidade de materiais para múltiplos experimentos.
Culturas Celulares em Volumes Maiores
Os poços de maior capacidade permitem o cultivo de células em suspensão em volumes maiores, sendo essenciais em experimentos que requerem altas densidades celulares.
Processamento de Amostras em Larga Escala
Devido à sua capacidade de volume, são utilizadas para processar amostras em larga escala, otimizando o tempo e os recursos necessários para realizar experimentos complexos.
Comparação entre as microplacas
É importante destacar que, embora as microplacas de microtitulação e as microplacas de poço profundo tenham aplicações diferentes, ambas desempenham um papel crucial em laboratórios de pesquisa e diagnóstico. As microplacas de microtitulação são ideais para experimentos que requerem volumes menores e alta precisão, como testes de ELISA e aglutinação. Por outro lado, as microplacas deep well são indispensáveis para processamento em larga escala e armazenamento de grandes volumes de líquidos e reagentes.
Tecnologia Avançada e Precisão: Soluções Kasvi para Laboratórios
A Kasvi é uma empresa renomada no mercado de equipamentos e acessórios para laboratórios, oferecendo uma ampla gama de soluções de alta qualidade. Seu portfólio inclui microplacas e microplacas deep well, que são essenciais para diversas aplicações em análises bioquímicas e biológicas, permitindo o processamento eficiente de múltiplas amostras e o armazenamento seguro de reagentes. Além disso, a Kasvi também oferece agitadores, micropipetas e ponteiras, além de diversos outros produtos e equipamentos, que são fundamentais para o preparo e a execução de experimentos com precisão e confiabilidade.
Referências
LEVINSON, Warren. Microbiologia Médica e Imunologia, 13th edição. AMGH, 2016.
Barjas-Castro, Maria Lourdes. Imuno-hematologia: Doador e receptor – Curso de Boas Práticas no Ciclo do Sangue. Hemocentro Unicamp