Câncer de mama: quais os principais fatores de risco envolvidos?
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O câncer de mama é o segundo mais incidente em mulheres no Brasil, atrás apenas do tumor de pele não melanoma. A estimativa é de que ocorram 66.280 novos casos apenas em 2022, ou seja, 43,74 casos a cada 100 mil mulheres, segundo o INCA.
A taxa de incidência de casos é ainda maior em alguns estados. Por exemplo, no Rio de Janeiro é de 104,69 a cada 100 mil mulheres e em Santa Catarina é de 93,05.
Quais os fatores de risco para o câncer de mama?
O câncer de mama é uma doença multifatorial, onde a genética, estilo de vida e fatores ambientais também estão envolvidos.
Confira quais são os fatores de risco já identificados até o momento:
Idade
A partir dos 50 anos de idade o risco aumenta, devido ao acúmulo de exposições ao longo da vida e as próprias alterações biológicas com o envelhecimento aumentam, de modo geral, esse risco.
Histórico do ciclo reprodutivo
Os fatores endócrinos e a história reprodutiva estão relacionados principalmente ao estímulo estrogênico. Quanto maior a exposição ao hormônio, maior é o risco para o câncer de mama.
Esses fatores incluem a menarca precoce com menos de 12 anos, menopausa tardia após os 55 anos, primeira gravidez após os 30 anos, nuliparidade, uso de contraceptivos orais com estrogênio-progesterona e terapia de reposição hormonal pós-menopausa com estrogênio-progesterona.
Fatores comportamentais e ambientais
Os fatores comportamentais que podem influenciar são a ingestão de bebida alcoólica, sobrepeso e obesidade, inatividade física e exposição à radiação ionizante. O tabagismo, fator estudado ao longo dos anos com resultados contraditórios, é atualmente classificado pela International Agency for Research on Cancer (IARC) como agente carcinogênico com limitada evidência para câncer de mama em humanos.
Exposição a substâncias tóxicas
A exposição a determinadas substâncias e ambientes, como agrotóxicos, benzeno, campos eletromagnéticos de baixa frequência, campos magnéticos, compostos orgânicos voláteis (componentes químicos presentes em diversos tipos de materiais sintéticos ou naturais, caracterizados por sua alta pressão de vapor sob condições normais, fazendo com que se transformem em gás ao entrar em contato com a atmosfera), hormônios e dioxinas (poluentes orgânicos altamente tóxicos ao ambiente e que demoram muitos anos para serem eliminados, oriundos de subprodutos de processos industriais e de combustão) pode também estar associada ao desenvolvimento do câncer de mama.
Os profissionais que apresentam risco aumentado de desenvolvimento da doença são os cabeleireiros, operadores de rádio e telefone, enfermeiros e auxiliares de enfermagem, comissários de bordo e trabalhadores noturnos.
As atividades econômicas que mais se relacionam ao desenvolvimento da doença são as da indústria da borracha e plástico, química e refinaria de petróleo.
Fatores genéticos
O câncer de mama de caráter hereditário corresponde a apenas 5% a 10% do total de casos.
As mutações são mais comumente encontradas nos genes BRCA1 e BRCA2, mas também são frequentes em outros genes como: PALB2, CHEK2, BARD1, ATM, RAD51C, RAD51D e TP53.
Mulheres que possuem vários casos de câncer de mama e/ou pelo menos um caso de câncer de ovário em parentes consanguíneos, sobretudo em idade jovem, ou câncer de mama em homem também em parente consanguíneo, podem ter predisposição hereditária e são consideradas de risco elevado para a doença.
Diagnóstico do câncer de mama
Além do autoexame, a mamografia de rotina é recomendada a partir dos 40 anos, com periodicidade determinada pelo médico.
A ultrassonografia complementa o exame, sendo mais eficiente na visualização de nódulos, diferenciação entre áreas sólidas e císticas, particularmente nas mamas densas. Estes exames não podem ser negligenciados.
São estes exames que indicam a necessidade de uma biópsia, que é a retirada de fragmentos do tumor para estudo histopatológico, feito por um patologista, e que revela o diagnóstico definitivo do tipo, aspectos de sua biologia, agressividade, e em conjunto com outros dados, indicação de condutas terapêuticas.
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Referências:
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0160412022002483?s=08