Micropipetas: funcionamento, estrutura e sistema de medição
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As micropipetas são equipamentos indispensáveis em qualquer tipo de laboratório, desde laboratórios de universidades para pesquisa, até análises clínicas para diagnóstico. Sua principal funcionalidade é realizar a medição de líquidos com precisão.
Esse equipamento tem a capacidade de medir volumes muito pequenos chegando até a 0,1µL, ou seja, um décimo de milésimo de mililitro, ou um décimo milionésimo de um litro.
Micropipetas podem aspirar o líquido de um recipiente e transferi-lo para outro, realizando a operação de medição. Dependendo das micropipetas, os técnicos podem controlar com precisão uma quantidade de aspiração e descarga de líquido, atendendo assim ao requisito de resultados precisos.
Embora as micropipetas sejam muitos usadas em laboratórios e pareçam simples, há sempre novos usuários ou mesmo aqueles que não possuem uma técnica tão apurada. São inúmeros os fatores que podem interferir e influenciam na exatidão e precisão da pipetagem. Entre eles podemos citar desde a técnica incorreta do operador, má calibração da pipeta até fatores ambientais e viscosidade do líquido.
Por isso é muito importante entender todos os processos, composição e também boas práticas para uma pipetagem correta. Confira com a gente todas as etapas que vão ajudar em uma pipetagem precisa.
Estrutura e composição das micropipetas
A preparação de uma solução depende da medição precisa de volumes para obter as concentrações exatas necessárias. Portanto, a escolha da micropipeta usada pode determinar não apenas a precisão, mas também a reprodutibilidade dos experimentos.
Existem diversos modelos de micropipetas. Elas podem ser divididas em micropipetas mecânicas monocanal, multicanal e micropipetas eletrônicas.
Micropipeta Monocanal
Apenas uma saída para dispensação de líquidos.
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Micropipeta Multicanal
Diversas saídas para dispensação de líquidos, geralmente com 8 ou 12 canais, para manuseio em microplaca.
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Micropipeta Eletrônica
Dispensação automatizada que permite realizar diversas programações.
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Conheça a estrutura e componentes das micropipetas monocanal e multicanal.
Micropipetas com sistema de deslocamento de ar
A maioria das micropipetas trabalham a partir de um mesmo princípio. O pistão que se move para cima ou para baixo, fazendo assim com que o líquido seja aspirado ou dispensado. Entretanto, dois sistemas podem ser usados: o de deslocamento de ar ou de deslocamento positivo.
Nas micropipetas com deslocamento de ar, a pipetagem é muito precisa e o líquido não entra em contato com o pistão. Quando o botão é pressionado, o pistão dentro do equipamento se move para baixo, deixando o ar sair. A medida que o pistão se move para cima, cria-se um vácuo no espaço deixado vago. Assim, o ar deslocado pelo pistão é equivalente ao volume de líquido aspirado. Grande parte dos laboratórios usam as micropipetas com sistema de deslocamento de ar.
Já as micropipetas por deslocamento positivo são usadas apenas para amostras mais exigentes, como líquidos muito viscosos ou de alta densidade. A força de aspiração permanece constante, não sendo afetada pelas propriedades físicas da amostra. Neste sistema, o líquido entra em contato direto com pistão. O custo desse tipo de pipetagem também costuma ser mais elevado.
Configurando volumes
A unidade de medida utilizada pelas micropipetas é o microlitro (µL). Assim, elas podem medir volumes muito pequenos, desde 0,2µL até 10.000µL.
O volume do líquido a ser aspirado é configurado utilizando um volúmetro. Para configurar é preciso girar o botão de pressão até alcançar o volume desejado. Os dígitos são visualizados no display.
Transferindo volumes
Para transferir volumes o operador deve pressionar o êmbolo que move o pistão em duas posições diferentes.
Primeiro o êmbolo é pressionado até o primeiro estágio, o pistão interno desloca um volume de ar igual ao volume mostrado no indicador de volume. Em seguida, deve-se soltar o botão de pressão suavemente (posição superior) para aspirar ao volume de configuração do líquido.
Para dispensar a amostra é preciso pressionar o botão de pressão suavemente até o primeiro estágio e, em seguida, pressionar o botão até o segundo estágio, dispensando assim qualquer resíduo de líquido da ponteira.
Pré-enxague das ponteiras
Alguns líquidos, por exemplo soluções contendo proteínas e solventes orgânicos, podem deixar uma camada dentro da parede da ponteira. O pré-enxague minimiza qualquer erro que possa estar relacionado a este processo.
O pré-enxague consiste em aspirar o primeiro volume do líquido e então descartá-lo. Em seguida, os volumes subsequentes da pipetagem terão níveis de exatidão e precisão dentro de suas especificações.
Outro fator muito útil é usar ainda as ponteiras de baixa retenção. Elas são especialmente tratadas e eliminam a retenção de amostras pelo contato com a superfície interna da ponteira.
Posicionamento correto
Para a aspiração e dispensação, o posicionamento e velocidade influenciam muito na precisão e exatidão.
Mover o êmbolo muito rápido ou muito devagar afetará negativamente o volume aspirado. A velocidade inconsistente diminuirá a precisão das alíquotas pipetadas.
Durante a aspiração, a pipeta deve ser mantida na posição vertical e a ponteira imersa até a profundidade adequada. O usuário deve evitar tocar nas paredes laterais ou no fundo do recipiente da amostra. (a)
Quando a amostra é dispensada, a ponta deve tocar a parede do recipiente com um certo ângulo, arrastando-a levemente ao longo da parede. (b)
Boas práticas em pipetagem
Como já falamos anteriormente, diversos fatores influenciam uma pipetam precisa. Por isso, as micropipetas devem estar sempre calibradas e mantidas adequadamente para garantir a confiabilidade dos resultados.
Porém, um dos pontos mais importantes é a técnica correta e consistente do usuário. É necessário trabalhar sempre com as melhores práticas em pipetagem para não afetar a precisão e exatidão dos testes.
Confira o vídeo que preparamos para você com dicas para as melhores práticas em pipetagem e utilização da sua micropipeta.