Brometo de Etídio X Corante Safer. Qual a melhor opção?
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O brometo de etídio (EtBr) é um corante que está presente em quase todos os laboratórios de Biologia Molecular. Isso porque como característica principal ele consegue se intercalar entre os pares de base do DNA, tornando possível a sua visualização através da emissão de fluorescência sob a luz ultravioleta.
É justamente essa capacidade de se ligar ao DNA que o torna um composto muito perigoso. O brometo de etídio pode ocasionar alterações na estrutura do DNA, dessa forma sendo considerado um agente mutagênico, tóxico e provavelmente carcinogênico, que deve ser manipulado com muita cautela.
Mas para entender melhor porque ele ainda é utilizado, precisamos analisar a técnica de eletroforese na qual ele é empregado, qual a sua finalidade no processo e ainda se existe uma alternativa mais segura para substituí-lo.
O corante na eletroforese em gel
A eletroforese em gel é utilizada para separar moléculas de DNA de acordo com o seu tamanho e carga elétrica.
Primeiro é preparado o gel de agarose. Quando solidificado esse gel lembra uma gelatina, porém como é poroso, permite que as moléculas de DNA se movimentem entre ele, facilitando a migração.
>> Você sabe como é preparado o Gel de Agarose na Eletroforese?
Neste gel de agarose são feitos pequenos poços, nos quais as amostras contendo o DNA são colocadas.
Uma corrente elétrica passa então pelo gel e é neste momento que as moléculas migram. Os fragmentos de DNA possuem cargas negativas e movem-se em direção ao campo positivo. Durante este deslocamento, os fragmentos menores migram mais rapidamente que os maiores e também se separam com base no tamanho.
Após essa separação dos fragmentos é possível analisar o gel e visualizar as bandas de DNA que se formam, para tanto é necessário o uso do corante. A coloração pode ser feita antes ou após a migração e é nesta etapa que se utiliza o corante (ou marcador), como o brometo de etídio ou corante Safer. O corante penetra (intercala) entre as bases de DNA e fluoresce quando exposto à luz UV, produzindo bandas brilhantes no gel.
O procedimento mais simples é corar o gel. Por outro lado, os fragmentos de DNA podem ser visualizados ao adicionar um marcador ao DNA antes de colocá-los no gel, se fixam no DNA e podem ser visualizados diretamente após a migração. E por último, após a corrida, quando o gel é submerso no corante.
O gel com o corante é colocado no transiluminador UV. Os fragmentos corados emitem uma luz fluorescente e é possível visualizar as bandas, que são registradas através de uma foto e permitem a mensuração através de padrões conhecidos.
>> Conheça os Princípios da Técnica de Eletroforese
Os riscos do brometo de etídio
O Brometo de etídio pode ser tóxico e prejudicial se entrar em contato com os olhos, a pele, for inalado ou ingerido. Assim, representa um grande problema de segurança, tanto para o pesquisador durante a manipulação, quando para o meio ambiente na fase de descarte do produto.
Diante do seu potencial carcinogênico e mutagênico, cuidados devem ser tomados, principalmente por aqueles que têm uma exposição constante ao corante. O uso de EPI (equipamentos de proteção individual) como luvas, óculos e máscara são fundamentais.
Embora o brometo de etídio seja um componente muito importante para análise do resultado da eletroforese, existem alternativas mais seguras e também mais eficientes para se realizar a técnica. Um exemplo disso é o corante Safer, além de não ser mutagênico ainda oferece uma sensibilidade e visualização da amostra muito melhores.
Corante Não Mutagênico Safer: uma alternativa segura e sensível
O corante Safer da Kasvi é a melhor opção na substituição do brometo de etídio para a coloração de géis de eletroforese. É um reagente não mutagênico e muito mais sensível, proporcionando a visualização instantânea das bandas expostas à luz ultravioleta (UV) ou luz azul.
Além de oferecer um melhor desempenho e mais segurança para o usuário, o corante Safer Kasvi pode ser descartado como resíduo comum, de acordo com a legislação vigente, ao contrário da maioria dos corantes que são altamente tóxicos e não podem entrar em contato com o meio ambiente.
Características:
- Maior segurança durante o uso, pois é um reagente não mutagênico;
- Toxicidade inferior ao do brometo de etídio (EtBr);
- Alto grau de sensibilidade;
- Pronto para o uso;
- Compatível com luz azul ou UV;
- Economia: sem gastos desnecessários para a gestão de resíduos;
- Menor dano ao DNA, maior eficiência na clonagem.
Referências
- PIERCE, Benjamin A. Genética – Um Enfoque Conceitual, 5ª edição, Guanabara.2016.
- MADIGAN, Michael T. Microbiologia de Brock. 14. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2016.
- Carniello, R.; Silva, R.; Fiorini, A. Descontaminação de resíduos de brometo de etídio gerados em procedimentos de biologia molecular. IV Mostra Interna de Trabalhos de Iniciação Científica do Cesumar, 2008.