
Fique por dentro de tudo!
Participe do nosso canal direto no WhatsApp para receber em primeira mão as novidades, lançamentos e oportunidades exclusivas da Kasvi.
6 min de leitura
A citologia cervicovaginal é utilizada principalmente para detectar alterações nas células do colo do útero. O exame Papanicolau (conhecido também como citopatológico de colo uterino, Pap test, citopatológico) é um exame ginecológico e trata-se de um método simples e relativamente econômico que fornece uma valiosa informação clínica sobre a mulher no decorrer de grande parte da sua vida.
Uma pequena amostra de células é recolhida a partir da superfície do colo do útero. Em seguida a amostra é espalhada sobre uma lâmina de vidro e enviada a um laboratório para análise. As células são examinadas para identificar anomalias que podem apontar infecções vaginais ou uterinas e também o câncer cervical.
Em 1924, George Papanicolau, investigador interessado na endocrinologia do ciclo menstrual, observou que as células neoplásicas derivadas do colo do útero podiam ser observadas em um esfregaço vaginal. Em 1941, ele publicou os primeiros resultados de detecção de células neoplásicas em esfregaço vaginais em um grupo de pacientes com tumores malignos do colo do útero e endométrio, algumas das quais sem suspeita clínica. Em 1947, um ginecologista canadense, J. Ernest Ayre, documentou que uma amostra obtida diretamente do colo do útero com espátula de madeira em um exame ginecológico era mais eficiente e fácil de examinar que um esfregaço vaginal. Pouco depois da introdução do teste, observa-se que as mudanças neoplásicas confinadas ao epitélio podiam ser identificadas nas amostras citológicas.
Partindo do pressuposto de que o tratamento dessas lesões pré-cancerígenas poderia evitar o desenvolvimento de câncer invasor, o do exame ginecológico para teste de Papanicolau foi considerado a ferramenta fundamental na detecção e na prevenção do câncer do colo do útero.
Esse exame é feito para identificar alterações nas células do colo do útero. Encontrar essas mudanças e tratá-las irá reduzir muito as chances de desenvolver câncer cervical. Vale ressaltar que o exame não é feito para detectar o câncer do colo do útero, mas detectar lesões pré-cancerosas. Quando células anormais são identificadas o médico pode tomar medidas para descobrir a causa dessas alterações e tratar a doença antes que evolua para um câncer.
Devem ser seguidas algumas orientações para que não ocorra nenhuma interferência no resultado:
O exame de citologia cérvico-vaginal é constituído por diversas etapas, incluindo a coleta da amostra citológica, a fixação do material biológico, a identificação do material e o encami- nhamento ao laboratório para processamento técnico, avaliação microscópica, conclusão diagnóstica e emissão de laudo.
Na primeira etapa do exame ginecológico o espéculo deve ser colocado até o fundo da cavidade vaginal. Uma vez introduzido e aberto identifica-se o colo uterino, avalia-se pregueamento e mucosa vaginal, secreções e outras alterações que possam ocorrer.
Realizar o raspado da parede lateral da vagina em seu terço superior com a parte arredondada da espátula de Ayre. O material coletado deve ser estendido em toda a extensão da lâmina de vidro de maneira uniforme e imediatamente fixado.
Para a coleta na ectocérvice, encaixar a ponta mais longa da espátula de Ayre no orifício externo do colo, apoiando firmemente, fazendo uma raspagem na mucosa ectocervical em movimento rotatório de 360°.
Para a coleta endocervical, introduzir a escova cervical no orifício cervical e recolher o material, girando-a delicadamente a 360°. Realizar a fixação celular imediatamente após a confecção do esfregaço.
Acondicionar a lâmina em recipiente de transporte adequado e identificado com o nome completo da paciente e a data da coleta.
A coleta no exame ginecológico , apesar de simples, deve ser sistematizada, pois influencia diretamente a eficácia do rastreamento das alterações celulares.
Após a coleta da amostra cérvico-vaginal, as etapas de processamento que ocorrem dentro do laboratório de citologia podem ser didaticamente divididas em três fases: pré-analítica, analítica e pós-analítica.
Fase Pré-Analítica
Inclui as etapas de recepção do material, conferência das identificações da amostra, cadastramento e processamento técnico. Qualquer inconformidade nos dados resultará em erros que dificultarão ou impossibilitarão as etapas seguintes.
Fase Analítica
Consiste na microscopia para leitura da lâmina, interpretação dos quadros citológicos, discussão, revisão de casos e diagnóstico.
Fase Pós-Analítica
Caracterizada por ações realizadas após a interpretação da lâmina, a digitação do laudo, a conferência e o encaminhamento às pacientes ou aos consultórios. A exigência legal de arquivamento de lâminas é de 5 anos para exames negativos, sendo indeterminada para exames positivos e suspeitos.